Se quer começar a trabalhar como freelancer, temos a certeza que deve ter bastantes dúvidas. Para que inicie a sua atividade de forma mais informada, reunimos para si um artigo, ou guia, com as dúvidas mais comuns de quem está agora a iniciar-se a trabalhar por conta própria.
13 perguntas mais comuns sobre ser freelancer
1. Quais são as áreas em que posso trabalhar como freelancer?
Não existem áreas definidas para trabalhar como freelancer. Qualquer atividade ou projeto que permita a prestação de serviços poderá ser utilizada como fonte de rendimento para freelancers.
Algumas das mais comuns são no âmbito do trabalho digital, como por exemplo:
- Data Scientist
- Technical Writer
- Gestor de Marketing
- Copywriter
- UX Writer
- Gestor de Redes Sociais
- Criador de Conteúdo
- Designer Gráfico
- Motion Designer
- Editor de Vídeos
- SEO
- Tradutor
- Programador
2. O que devo fazer para trabalhar de forma legal?
O primeiro passo a tomar para se tornar freelancer em Portugal de forma legal é abrir atividade enquanto trabalhador independente. Poder fazê-lo num Balcão das Finanças ou através do Portal das Finanças em “Serviços” > “Início de Atividade” > “Entregar Declaração”.
Ao abrir atividade, deve decidir se pretende ser prestador de serviços ou Empresário em Nome Individual. Ambas as opções apresentam vantagens e desvantagens, por isso deve escolher a que mais se adequa à atividade que vai exercer. Enquanto freelancer, irá prestar serviços aos seus clientes, pelo que a opção mais segura será registar-se como prestador de serviços.
Tem dúvidas sobre abrir atividade nas finanças? Consulte o nosso artigo e saiba como preencher a declaração de início de atividade nas finanças.
3. Tenho direito a férias e baixa médica?
Enquanto trabalhador freelancer, poderá tirar férias ou ficar de baixa médica. No entanto, existem algumas particularidades que deve conhecer.
Se tirar férias, enquanto freelancer, não terá direito a subsídio de férias. Já no caso do subsídio de doença, poderá ter direito em certas circunstâncias. Terá de:
- Ter um Certificado de Incapacidade Temporária para o trabalho (ou baixa médica) passado por um médico do Serviço Nacional de Saúde
- Ter descontado para a Segurança Social o mínimo de seis meses seguidos ou intercalados à data do pedido de baixa médica;
- Ter as contribuições para a Segurança Social regularizadas.
Note ainda que só poderá começar a receber subsídio de doença após 11 dias de baixa, ao contrário dos trabalhadores full-time, que começam a receber ao fim de 4 dias.
4. Onde posso encontrar clientes enquanto freelancer?
Existem várias formas de encontrar clientes para iniciar a sua carreira como freelancer. Uma das formas mais fáceis é utilizar plataformas dedicadas ao trabalho freelancer, como é o caso do Fiverr, Upwork, Zaask, Workana ou Freelancer.com. Se preferir, poderá também encontrar vagas através do Linkedin, sites dedicados à procura de emprego ou contactando diretamente as empresas com as quais gostaria de trabalhar. O essencial é não desistir e, se ouvir alguns nãos, continuar a tentar.
5. Como devo definir o meu orçamento?
O primeiro passo será definir o valor que quer receber por mês. Imagine que quer receber 1000€ - vai calcular da seguinte forma:
Se trabalhar 22 dias úteis, 8 horas por dia, está a trabalhar 176 horas (22 x 8h). Dividindo 1000€ pelas 176 horas, o valor hora será, mais ao menos, 5,68€.
A este valor deverá acrescentar as despesas que decorrem da sua atividade (internet, luz, água, renda, deslocações, subscrição em programas informáticos, impostos, entre outros. Só depois de tudo acrescentado chegará ao valor final que deve cobrar aos seus clientes.
Este cálculo pode ser ajustado se trabalhar como freelancer em part-time: basta adaptar o valor que quer receber por mês, as horas ou dias que pretende trabalhar e os seus gastos. Ainda, se tiver um contrato de trabalho em paralelo, não precisará de descontar para a Segurança Social.
6. Como devo passar faturas?
Poderá passar faturas de duas formas: através do Portal das Finanças ou utilizando um software de faturação certificado, como é o caso do Vendus. Conheça todas as vantagens de recorrer a um software de faturação.
7. Quais as formas de pagamento que posso utilizar?
Algumas da forma mais comuns são por transferência bancária ou através do Paypal. Se optar por Paypal, note que a plataforma inclui alguns encargos de utilização.
8. Posso ser freelancer tendo um trabalho full-time?
Sim, desde que o seu contrato de trabalho não estipule exclusividade de serviços para com a empresa que integra.
9. Posso trabalhar como freelancer para o estrangeiro?
Sim, poderá realizar serviços para Portugal ou para o estrangeiro.
10. Tenho que pagar impostos sendo freelancer?
A resposta a esta pergunta vai depender da sua situação enquanto freelancer. Vejamos algumas situações:
- se for freelancer a full-time, com uma faturação acima dos 12.500€, terá de pagar impostos IVA e Segurança Social;
- se for freelancer a full-time, com uma faturação abaixo dos 12.500€, terá apenas de pagar Segurança Social;
- se for freelancer a part-time, com um contrato de trabalho paralelo, e com uma faturação acima dos 12.500€, terá de pagar apenas IVA;
- se for freelancer a part-time, com um contrato de trabalho paralelo e uma faturação abaixo dos 12.500€, não terá de pagar impostos.
Note ainda que, nos primeiros 12 meses de atividade, está dispensado do pagamento do IVA, independentemente do valor que faturar durante esse período.
11. Ter contabilidade organizada é uma obrigação?
Poderá optar pela contabilidade organizada ou simplificada. No entanto, se os seus rendimentos forem acima dos 200 mil euros, é obrigado a ter contabilidade organizada.
12. Quais são as maiores dificuldades de uma carreira enquanto freelancer?
Ser trabalhador independente apresenta muitas vantagens: a liberdade de ter o seu próprio negócio é algo que muitas pessoas procuram. No entanto, apresenta também algumas dificuldades:
- instabilidade monetária - nunca sabe quanto irá receber ao certo no final do mês;
- não ter férias pagas;
- lutar contra a procrastinação e distrações;
- gestão financeira do negócio;
- menos segurança no trabalho;
- preocupações acrescidas - no final de contas, passa a ser o seu próprio chefe, e isso também tem desvantagens.
Ser Freelancer: está preparado?
No geral, ser freelancer não é para todos. Mas se já decidiu que é o caminho certo para si, inicie a sua carreira da forma mais informada possível! Subscreva a newsletter do Vendus e continue a acompanhar todos as novidades que publicamos sobre o mundo do trabalho freelancer.
