Empresário: o que deve saber para ter sucesso!

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Empresário: o que deve saber para ter sucesso!

Ser empresário é um conceito abrangente, que inclui tanto o proprietário de um pequeno negócio, como o dono de uma grande empresa multinacional ou, até, um trabalhador independente.

Ter uma empresa é uma condição essencial? O que é preciso saber para conseguir ser um empresário? É obrigatório ter um curso superior? Um empresário é um empreendedor? Há ainda muitas dúvidas e mitos sobre esta atividade profissional, que pode esclarecer neste artigo.

Qual é o significado de empresário?

A definição mais simples de empresário é pessoa que dirige uma empresa, o que pressupõe, desde logo, que é o responsável máximo por um negócio e pelas decisões com ele relacionadas.

De uma vforma geral, pode dizer-se que um empresário é alguém que trabalha por conta própria e que é dono de uma empresa, mesmo que esta não tenha mais funcionários.

O conceito de empresário tem vindo a mudar ao longo dos anos. Se em tempos esteve associado sobretudo a comerciantes ou a pequenos industriais, hoje a noção de empresário está cada vez mais ligada a alguém que empreende e que inova, seja em que área for.

Qual é a diferença entre empreendedor e empresário?

Ser empreendedor é o primeiro passo para ser empresário, mas nem todos os empreendedores conseguem criar ou gerir uma empresa. Por outro lado, alguns empresários podem não ter um verdadeiro espírito empreendedor.

Um empreendedor é alguém com capacidade para identificar ideias inovadoras e oportunidades de negócio, criando respostas para necessidades que os consumidores têm. A inovação, a capacidade de "pensar fora da caixa" e alguma apetência para o risco são exemplos de características frequentemente associadas a empreendedores.

Ainda assim, um empreendedor pode nunca vir a criar o seu próprio negócio. Pode até ser alguém que trabalha por conta de outrem, optando por colocar a sua capacidade visionária ao serviço de um empresário.

Leia também: 10 dicas a ter em conta no primeiro ano de qualquer empreendedor.

Transformar uma ideia num negócio é um processo que leva o seu tempo (sobretudo quando não existe um plano de negócio bem definido). Por isso, a passagem de empreendedor a empresário não é imediata. E, por vezes, a ideia acaba mesmo por não avançar para algo mais concreto.

Um empresário, por sua vez, é alguém que tem um negócio, mesmo que não o tenha criado de raiz (pode ter obtido a empresa por sucessão, por exemplo). No entanto, isso não significa que tenha as características que fazem dele um empreendedor.

Qual é o papel de um dono de uma empresa?

Embora muitas vezes se pense num empresário como alguém que está envolvido na parte operacional do negócio, esta não é uma condição essencial. Aliás, a situação ideal é que a empresa funcione de forma plena quando o proprietário não está presente e que lhe sobreviva.

Por isso, o papel do empresário é, acima de tudo, pensar e desenvolver o negócio, fazendo com que este seja, simultaneamente, lucrativo, sustentável e responsável, quer do ponto de vista ambiental, quer social. Deve ainda promover uma liderança com impacto positivo nos colaboradores e na sociedade.

O empresário é criador dos valores e da missão da empresa, mas também a pessoa que define a estratégia e aponta o caminho, traçando objetivos como metas de faturação, quotas de mercado ou a internacionalização.

O empresário responde pela empresa, mas não centraliza todo o poder. Deve ser capaz de organizar os processos internos para que tudo funcione bem, mas também de delegar tarefas e responsabilidades.

Uma das vantagens de ser empresário e ter o seu próprio negócio é a de ter mais autonomia. Essa autonomia traz, no entanto, a responsabilidade de tomar decisões sobre a empresa e de responder pelo o impacto positivo ou negativo que possam vir a ter.

Como dono da empresa, deve igualmente certificar-se que esta cumpre todas as obrigações fiscais, contributivas, laborais e legais a que está sujeita.

Dependendo da forma jurídica escolhida para a empresa, pode também ser chamado a responder pelas dívidas desta com o seu património pessoal.

Que curso tirar para ser empresário?

Para ser empresário não são necessárias habilitações mínimas e não existe propriamente um curso superior obrigatório.

Apesar de uma grande parte do saber necessário para gerir uma empresa ser conseguido com a experiência, há conhecimentos que são muito importantes para uma boa gestão.

Cursos na área da Gestão, Economia, Contabilidade ou Direito podem ser uma boa base para o desenvolvimento da atividade de empresário. Há, igualmente outras áreas, como o Marketing, que são extremamente úteis para quem pretende ter uma empresa.

Nesta atividade, a aprendizagem constante é fundamental e existem diversas formas de continuar a aprofundar conhecimentos. Dos cursos e seminários (online ou presenciais), a pós-graduações, MBA ou formações de curta duração promovidas por associações empresariais, são várias as opções para continuar a aprender.

Como ser empresário?

O passo mais importante para ser empresário é constituir uma empresa ou  abrir atividade como Empresário em Nome Individual (ENI). Há várias possibilidades para criar uma empresa, seja de forma individual (só um proprietário) ou coletiva, se existirem vários sócios.

A forma jurídica da empresa é importante para definir se existe separação entre os bens do empresário e os do negócio. Ou seja, para determinar se o património pessoal do empresário (ou do casal, se for casado e dependendo do regime de comunhão de bens) pode ser usado para pagar dívidas da firma.

O tipo de empresa é também essencial para definir o grau de autonomia da tomada de decisões. Quando o negócio tem apenas um titular, é mais simples decidir do que se existirem mais sócios.

A forma jurídica escolhida tem ainda impacto na designação da firma, sendo que em alguns casos tem de ser usado o nome civil do proprietário. Noutros, o nome comercial pode incluir uma expressão relacionada com a atividade exercida ou o nome completo ou abreviado dos titulares.

Quais são os tipos de empresas?

Há dois tipos de empresas: as singulares e as coletivas. Para cada tipo há diversas formas jurídicas possíveis, existindo algumas diferenças no que respeita ao património, tomada de decisão e obrigatoriedade de existir capital social.

Empresas singulares

Se a ideia é ter uma empresa sem sócios, existem três opções: empresário em nome individual, estabelecimento individual de responsabilidade ilimitada (EIRL) ou sociedade unipessoal por quotas.

Para ser Empresário em Nome Individual não necessita de ter um valor mínimo para o capital social. Ou seja, não é preciso depositar um valor que vai servir para financiar a atividade comercial e que constitui o património do negócio. Esta é a forma jurídica mais simples de constituição de uma empresa.

Neste regime, todo o património do empresário está afeto à firma, pelo que o empresário em nome individual responde sempre pelas dívidas da empresa.

Para abrir empresa como ENI basta preencher a declaração de início de atividade através do Portal das Finanças e fazer o enquadramento na Segurança Social.

Os empresários em nome individual têm direito ao subsídio de cessação de atividade profissional (semelhante ao subsídio de desemprego) caso exista uma situação que obrigue ao encerramento da empresa.

No caso do Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada (E.I.R.L.), é obrigatório um capital social mínimo de 5.000€ e uma separação entre o património pessoal e o empresarial. Assim, se a empresa tiver dívidas, apenas os bens que lhe estão afetos são usados para as pagar.

A criação de uma EIRL é feita nos balcões do Instituto dos Registos e Notariado (IRN),

Caso se trate de uma Sociedade Unipessoal por Quotas, não existe um capital social mínimo para iniciar a atividade. O pagamento das dívidas da empresa é feito com recurso ao capital social, o que liberta o património pessoal de qualquer responsabilidade.

Ao contrário das opções anteriores, o único sócio da empresa tanto pode ser uma pessoa singular como uma pessoa coletiva (outra empresa).

A sociedade unipessoal por quotas é criada através da plataforma Empresa Online ou nos balcões da Empresa na Hora.

Se está a pensar abrir o seu negócio, mas tem dúvidas sobre qual a forma jurídica que deve escolher, veja o nosso webinar "Sociedades vs Trabalhador Independente/ENI" e descubra qual o regime que melhor se adequa ao seu caso.

Empresas coletivas

Este tipo de empresa tem dois ou mais sócios. Se quer escolher esta modalidade de constituição de empresa, é possível optar entre sociedade em nome coletivo, sociedade por quotas, sociedade anónima ou sociedade em comandita.

Pode abrir um negócio com vários sócios através da Empresa Online ou nos balcões Empresa na Hora.

As sociedades em nome coletivo não obrigam a um valor mínimo obrigatório para o capital social, mas os sócios respondem de forma ilimitada e solidária pelas dívidas contraídas no exercício da atividade empresarial.

Nas sociedade por quotas tem de existir um capital social, mas o montante é definido pelos sócios, correspondendo às quotas subscritas por cada um. Neste tipo de empresa, a responsabilidade dos sócios é limitada ao capital social, pelo que, a menos que o contrato de sociedade determine o contrário, só o património empresarial responde pelas dívidas.

Uma sociedade anónima deve ter no mínimo cinco sócios (os acionistas) ou apenas um, caso o sócio seja já uma sociedade. O capital social mínimo obrigatório é de 50.000€, dividido por ações com o mesmo valor nominal. Nesta forma jurídica, os sócios têm responsabilidade limitada, isto é, cada um só responde pelo valor das ações que subscreveu.

A sociedade em comandita é um tipo de empresa com dois tipos de sócios: os comanditários, que têm responsabilidade limitada (respondem apenas pela sua entrada de capital) e os comanditados, cuja responsabilidade é ilimitada. Não existe uma valor mínimo obrigatório para o capital social.

As cooperativas e as associações também são consideradas como empresas coletivas, mas como não têm fins lucrativos, não serão a forma mais indicada para criar um negócio no verdadeiro sentido do termo.

O que devo fazer para ser um bom empreendedor?

Para ser um bom empreendedor é necessário ter a capacidade de identificar oportunidades de negócio e de inovar, criando produtos e serviços que sejam úteis para os consumidores.

Os empresários devem ter ainda um conjunto de capacidades humanas e técnicas que lhes permitam criar e gerir um negócio lucrativo e com um impacto positivo na sociedade, incluindo nos seus colaboradores, fornecedores e clientes.

Todas estas qualidades são ainda mais importantes quando se é o único titular da empresa. Quem é, por exemplo, empresário em nome individual é, literalmente, o rosto do negócio. O que significa que a sua forma de estar na vida e nos negócios vai ser decisiva para a credibilidade da empresa e que terá assumir a responsabilidade por todos os atos de gestão.

Entre as qualidades humanas destacam-se a honestidade, ambição, espírito de iniciativa, criatividade, resiliência, capacidade de enfrentar riscos, autoconfiança, pontualidade, autocontrolo e organização. Um empresário deve ter ainda um espírito analítico, de forma a poder avaliar as situações e tomar decisões.

A capacidade de comunicação, boa apresentação pessoal e empatia são outros pontos essenciais, sobretudo quando se opta por um tipo de empresa titulada apenas por uma pessoa.

Qualidades técnicas para ser um bom empresário

As competências técnicas, adquiridas através da formação, são igualmente importantes. Embora possa contar com o apoio de profissionais especializados na gestão do negócio, como contabilistas ou advogados, é importante que tenha conhecimentos básicos em áreas como:

  • contabilidade (sabendo, por exemplo, as diferenças entre o regime simplificado e contabilidade organizada);
  • leis laborais (os seus direitos e deveres enquanto empregador);
  • fiscalidade (noções sobre a tributação das empresas);
  • informática e marketing.

A forma como gere o tempo e a informação, bem como a capacidade de planeamento vão ser qualidades determinantes para o sucesso da sua empresa.

Ninguém nasce empresário, mesmo que se trate de gerir um negócio de família. Mas é possível aprender a tornar-se um empresário melhor e mais capacitado.

 

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